COMO UM MUSEU MUDA UMA CIDADE

Há mais de 20 anos Bilbao era uma cidade convencional no norte da Espanha: o desemprego era alto e a cidade sabia que precisava mudar. A mentalidade da população estava mudando e as pessoas estavam cada vez mais interessadas em abandonar o status de polo industrial e buscar empregos mais criativos. A partir de então, o lendário arquiteto Frank Gehry, criou o Guggenheim Bilbao – uma estrutura icônica e imponente feita de titânio e pedra, repleta de arte moderna e visível por toda a cidade. O seu sucesso, foi sem precedentes, atraindo mais de 20 milhões de visitantes antes de seu vigésimo aniversário.

Sua economia estava em ascensão – e, sem surpresa, Bilbao começou a florescer. A onda de novos turistas precisava ser atendida, de modo que lugares como o moderno Hotel Miró (olhando diretamente para o Museu Guggenheim) começaram a aparecer. O dinheiro foi canalizado para o Museu de Belas Artes de Bilbao, Azukana Zentro multifuncional dentre outros. A regeneração da cidade transformou o tecido social do lugar, criando empregos e gerando interesse.

Museus bem estabelecidos surgindo em novas cidades é um projeto que funciona – e funciona bem. Caso em questão: a Tate Modern provocou a regeneração de Bankside atraindo hotéis e restaurantes.

Esta fórmula experimentada e testada também está sendo levada a julgamento no novíssimo futurista Louvre Abu Dhabi, que foi aberto ao público no final de 2017. A medida é na verdade parte de um plano muito mais amplo, incluindo o Museu Nacional Zayed, projetado pela Foster + Partners, o Guggenheim Abu Dhabi, de Frank Gehry e o Performing Arts Center de Zaha Hadid.

Como em qualquer projeto desta natureza há um grande crescimento, regeneração cultural e surgimento de muitos desafios. Neste caso específico, que as cidades não percam sua identidade e forneçam as comunidades existentes um equilíbrio.